Brincamos no verde da Primavera. Deitas-te no meu colo, enquanto eu olho para o céu e quero tê-lo. Porque ele é infinito, imenso, inatingivel. Quero alcançá-lo contigo. Desenhar contigo um arco-íris de mil cores, sentir a textura das nuvens, voar pela eternidade. Depois imagino-nos juntos, daqui a muito tempo. Imagino-me a viver ao teu lado. Observo-te, observo os gestos, a maneira como falas, e sorrio por dentro por te ter comigo, por me encheres o peito com um sopro tão forte, o teu amor. Mantendo-me assim viva, por transportar o teu sopro no meu peito, que é o ar de que se serve a minha respiração, que não aceita outro. Se o teu ar se acabar, termina a vida em mim. (Nunca deixes de soprar para dentro de mim, que eu soprarei sempre para ti.) Continuas no meu colo, as minhas mãos envolvem as tuas, olhando-te fixamente nos olhos, e escrevem-se palavras na minha alma: ''eu amo-te''. Vêm os teus lábios de encontro aos meus, transportando o amor invísivel. Está onde tu estás, mas ninguém o vê, somos nós que o pintamos das cores que só nos vemos, somos nós que o sentimos no nosso interior e o soltamos cá para fora. Invísivel ao olhar de outros, sentido em nós. Assim, brincamos no verde da Primavera.
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