tempo que não dá tempo.

Passaram-se meses, desde a última vez em que me sentei aqui e escrevi algo que vinha de dentro de mim. Não tenho escrito aqui no livro da minha vida, não tenho tido tempo. Nem sequer para me sentar um pouco na minha janela de sonhos. O meu tempo já não é o que era, passa a correr na minha frente e eu a correr também com ele, tanto em que pensar que não dá tempo para sonhar.

Tenho palavras em mim que me cobrem de sorrisos. Tenho em mim o coração repleto de alegria e amor, que outrora, há muito tempo atrás, não tinha. Mas tenho-os mantido comigo, porque é assim que deve ser, porque é assim que eu sempre quis ser. Tenho-o, a ele, o meu principe que tenho sempre dentro de mim, na minha memória e no meu coração. Estou a preseguir os meus sonhos, estou a cumprir com os objectivos a que me propus um dia. Estou cansada. Cansada de correr com o tempo, e de não ter mais tempo para fazer outras coisas das quais gosto e que fazia antes de começar esta corrida. Já não vejo as estrelas, já não vejo o verde da relva numa tarde de sol, nem o céu azul sobre mim enquanto ele me agarra na mão. Não tenho tempo para isso. Mas queria ter, queria que o tempo não corresse tanto, para eu não ter que correr atrás dele. Enfim, enquanto isto durar assim terá de ser, sei que dentro de algum tempo já terei o tal tempo. Sei que sim. Por agora corro, corro com o tempo até que ele abrande e me dê mais tempo para fazer das tais coisas que tanto prazer me dão.